Os prolixos e os monossilábicos
Dizem as más línguas que quem fala muito, faz pouco. Se são as más línguas que falam, elas devem pôr pouco em prática, melhor não confiar. Existem pessoas que tem a língua como um músculo bem trabalhado, quase como uma barriga de um alterofilista, o chamado "tanque". Malhar a vida dos outros para elas, é um grande exercício diário. E geralmente, por se preocuparem demasiadamente com a língua, o cérebro trabalha menos.
Existem casos mais graves, que utilizam desse artifício junto com a inteligência.
Existem casos mais graves, que utilizam desse artifício junto com a inteligência.
No dicionário existe uma definição, um adjetivo pouco usado: Prolixo, pessoa difusa, que se alonga nas falas, superabundante em expressões, que pode até se tornar fastidioso e obscuro. É importante compreender que não é o número de palavras que vai fazer com que alguém entenda ou não o que está sendo dito, e sim a maneira que a frase é colocada.
Um prolixo-fofoqueiro é de assustar. Ele só pára de falar quando você concorda com ele, pois assim ele tem a certeza que a fofoca será repassada. É bom ficar atento, existe muita lebre em pele de cordeiro por aí. Os letrados, sabichões, que "dialogam inclusivamente" e assim fingem não estar fazendo fofoca. Um exemplo: "Ah, amigo, eu não queria te falar nada não, mas veja o exemplo do Marcinho do apt. 64, coitado, perdeu a mulher para o primo..."
E assim, facilmente expôe a vida alheia, como quem não quer nada.
Eu aprendi algumas coisas importantes convivendo com a pior raça que existe em termos de prolixos-fofoqueiros-persuasivos: Os jornalistas. Eles relatam os conhecimentos espetaculares, as pautas bem elaboradas, as sacadas de matérias, e ali mesmo, na mesa de bar, aproveitam para destilar o veneno. Atire a primeira pedra quem nunca teceu um comentário "inocente" sobre um colega de trabalho. A fofoca as vezes parece subconsciente, já sai naturalmente.
Confesso que o excesso de espontaneidade já me fez passar por situações de "disse-me-disse" insuportáveis. Mas enfim, aqui quem vos fala é a Menina Maniva, cheia de veneno, não a Madre Tereza de Caucutá.
Se continuar falando dos meus queridos colegas jornalistas, fanfarrões que detonam a vida alheia com a facilidade que engole a saliva, esse texto vai ficar chato demais. Eles usam muito a inteligência fofoqueira. Mas não quero vestir a carapuça, não.
Vamos pensar, então, o que essa espécie tem em comum, por exemplo, com os bancários-monossilábicos ? Os arquétipos estão próximos, pode acreditar.
Os bancários sabem muito sobre tudo o que nós um dia sonhamos em saber. Como que o dinheiro vai parar no caixa eletrônico? Pois é, a semelhança entre eles está justamente no "conhecimento" de causa, eles sabem que sabem. O jornalista faz questão de mostrar, o bancário, fala o necessário: "Sua conta está no vermelho, senhora." E você logo entende que vermelho é uma cor que merece atenção, assim como o seu saldo.
O fato é que pode ser bem pior debater com um monossilábico, e existem jornalistas desse tipo também. Eles querem tentar parecer apenas prolixos em pensamento mas monossilábicos no falar.
O fato é que pode ser bem pior debater com um monossilábico, e existem jornalistas desse tipo também. Eles querem tentar parecer apenas prolixos em pensamento mas monossilábicos no falar.
No dicionário, diz-se que as palavras que têm uma só sílaba, portam uma idéia absoluta. Realmente, por isso os jornalistas-monossilábicos se tornam blaseés e tem aquela idéia absoluta que ninguém muda. Tentar um diálogo com esses sabichões é perda de tempo e malhação desnecessária para a língua. Ou ele começa a rir de você, ou se levanta da mesa. Simples assim, curto e grosso. E eles também fazem fofocas, sem rodeios vão logo ao principal do fato. Dá medo.
Então, para não começar a parecer prolixa ou deixar escapar a fofoca mais quente do momento, é bom terminar logo o texto. Eu tentei ser o mais concisa possível, o sonho do jornalista fofoqueiro.
Agora, se alguém quiser me instigar, levar a discução para a saída da Marina Lima do Ministério do Meio Ambiente... Bom, deixe um comentário, se for inteligente o suficiente, eu respondo por email. Obrigada.
A Menina Maniva sabe destilar o seu veneno na hora certa. É monossilábica em dias de TPM e prolixa depois do terceiro copo de vinho.
Marcadores: Fofocas, Monossilábicos, Prolixos
2 Comentários:
Às 21 de maio de 2008 às 07:23 , Faculdade do Pará disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Às 9 de julho de 2008 às 13:20 , Unknown disse...
FODA!!!
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