Menina Maniva

A que veio da mandioca, a parte venenosa, com muita clorofila, que precisa de sete dias para ser digerida. Isso porque não é qualquer um que encara a "pratada": Quente, calórica e pesada. Aparência nada amigável, sabor incomparável.

domingo, 16 de março de 2008

Come on baby, light my fire


"Boa Noite Andréa."
Foi assim que começaram os 5 minutos mais longos da minha vida. Ao Vivo.
Vivo. Vivo. Vivo.
Nem chegou perto do que senti quando subi no palco pela primeira vez, para cantar (e minha voz quase nem saiu), foi muito mais estranho, muito mais assustador, e tão intenso. E só foram 5 minutos. "So hot".
E depois de aquecer com tanta adrenalina é hora de chorar. Pois é, as lágrimas nascem ativadas pelo furor de dentro. Emoção limpa e avassaladora, que acalma, apaga o fogo sem congelar a superfície.
Depois, é só ouvir canções como as do Jim Morrison, voz que ainda estou descobrindo, me apaixonando... Hoje percebo que já consigo gritar, cantar alto, facilmente. Gosto de canções que são pílulas amargas, de efeito rápido e fácil acesso. Ah, "come on", você já quis ser possuída por essas drogas alucinógenas e queria estar na platéia, para ouvir atento o primeiro acorde. Drogas naturais aquecem o sangue vivo. Quem está no palco tampa os ouvidos, os gritos atrapalham. Jim devia saber do que falo.
Já a brusca felicidade é como pílula de açúcar, quem toma é a sua crença, não a doença. Por isso, prefiro tomar Morisson e depois sacudir forte a cabeça, como quem bebe uma Tequila. Gosto de ativar o que sinto. Deixo o sorriso intenso para as noites de carimbó, o batuque puro e a doce-dança...Viva. Viva. Viva.
Sacudir melodiosamente a cintura é para quem dosa muito bem as suas pílulas e tem coordenação motora. Ou iventa sua forma de rodar, sem vergonha. Tentei ser bailarina até os oito anos, mas era para corrigir o defeito no andar. Nunca gostei dessa rigidez com o sacudir, gosto de dançar na medida do meu arrepio. Então virei jornalista, arrepios sucessivos por minuto "ao vivo".
Aí sorrio, sorrio muito. E choro, choro muito. Depois que os créditos do jornal subiram, naquele "Ao vivo", foi uma mistura dos dois. Minhas lágrimas ferveram junto ao fogo. Meu sorriso estava molhado e não era de saliva. Eram emoções crônicas, células sonhadoras em reprodução.
É preciso ter com o que acender e com o que apagar. Fogo e água se completam, não se anulam. Tempo demais no mar enjoa, precisa-se de pílulas para segurar o estômago. A fogueira é mais bonita vista de longe e a noite. Durante o dia todo mundo pensa que brilha, cuidado.

Light my Fire, ligue a televisão. Faça meu "ao vivo"durar bem mais do que 5 minutos.

A Menina-Maniva está sendo televisionada. E tem medo que este fogo comece a queimar seus neurônios.

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2 Comentários:

  • Às 23 de março de 2008 às 21:45 , Blogger Rodrigo disse...

    Não tenha medo menina-maniva, pois a sua história está apenas começando e faça a sua estrela brilhar como no dia em que te conheci, encantando a todos nós.
    Seja vc msm e eu tenho ctz que um grande futuro lhe espera... um dia a gente se vê por aí, eu espero...
    Bjos

     
  • Às 23 de março de 2008 às 22:51 , Blogger Rodrigo disse...

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