A paixão e o misticismo
Um novato na escola do coração perguntou:
"Há quem devo me dirigir quanto estiver apaixonado, a Deus ou ao Diabo? Devo agradecer ou suplicar misericórdia?"
O mendigo da esquina, que um dia esteve apaixonado por um cão vira-lata, ouvia a conversa entre o aprendiz e o professor invisível.
Com sua experiência de beira de rua, tentou aconselhar:
"Meu jovem, eu amei um cão e não me arrependo. Ele era da rua como eu, estava na lama como eu, mendigava pedaços de pão e de carinho como eu. A minha paixão por ele só tivera fim porque os males dessa vida foram maiores e não por forças divinas."
O novato em paixões desdenhou: "Eu não conseguiria amar um ser sujo e fedorento."
E o mendigo respondeu: "Você então precisa amar a si mesmo, antes de apodrecer de baixo da terra. Os deuses só existem entre os vivos, e o amor é humano."
O jovem calou-se. Olhou para o tempo, e decidiu não orar para ninguém. Comprou um espelho, se perfumou e tentou conquistar seu amor. Não teve sucesso.
E o sábio mendigo entendeu porque a paixão e o ego não caminham juntos. As divindades são egocêntricas e não interferem no curso do coração, nem da razão. Dar amor, para elas, seria como dar asas a serpentes, pôr lenha na fogueira.
"Deixe os humanos se debaterem", devem zombar. Os Deuses sabem que ser amado verdadeiramente é o nosso maior desejo material.
(Esse texto não foi uma inspiração alá Paulo Coelho da Menina Maniva. Talvez seja um lapso de medo misturado com descrença em paixões humanas. Elas estão rodeando os dias, as cores, as canções. Quanto amor, quanto ego, quanta oração!)
A Menina Maniva continua acreditando no Deus Vinícius de Moraes:
"Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém."
"Há quem devo me dirigir quanto estiver apaixonado, a Deus ou ao Diabo? Devo agradecer ou suplicar misericórdia?"
O mendigo da esquina, que um dia esteve apaixonado por um cão vira-lata, ouvia a conversa entre o aprendiz e o professor invisível.
Com sua experiência de beira de rua, tentou aconselhar:
"Meu jovem, eu amei um cão e não me arrependo. Ele era da rua como eu, estava na lama como eu, mendigava pedaços de pão e de carinho como eu. A minha paixão por ele só tivera fim porque os males dessa vida foram maiores e não por forças divinas."
O novato em paixões desdenhou: "Eu não conseguiria amar um ser sujo e fedorento."
E o mendigo respondeu: "Você então precisa amar a si mesmo, antes de apodrecer de baixo da terra. Os deuses só existem entre os vivos, e o amor é humano."
O jovem calou-se. Olhou para o tempo, e decidiu não orar para ninguém. Comprou um espelho, se perfumou e tentou conquistar seu amor. Não teve sucesso.
E o sábio mendigo entendeu porque a paixão e o ego não caminham juntos. As divindades são egocêntricas e não interferem no curso do coração, nem da razão. Dar amor, para elas, seria como dar asas a serpentes, pôr lenha na fogueira.
"Deixe os humanos se debaterem", devem zombar. Os Deuses sabem que ser amado verdadeiramente é o nosso maior desejo material.
(Esse texto não foi uma inspiração alá Paulo Coelho da Menina Maniva. Talvez seja um lapso de medo misturado com descrença em paixões humanas. Elas estão rodeando os dias, as cores, as canções. Quanto amor, quanto ego, quanta oração!)
A Menina Maniva continua acreditando no Deus Vinícius de Moraes:
"Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém."
Marcadores: descrença, misticismo, paixões
1 Comentários:
Às 6 de maio de 2008 às 19:34 , Rodrigo disse...
Tá escrevendo cada dia melhor hein, menina?!
Bonito texto e fica tranquila que não está muito Paulo Coelho não... hehehehhehe
Bjos
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