Para pelicular os dias
Vou ao cinema poucas vezes ao ano, não porque não goste, mas para mim é uma questão de obedecer ao meu estado de espírito ou de hormônios. Tento lembrar dos filmes que mais gostei de ter visto na telona e das pessoas que estavam comigo nas sessões... Bom, melhor não, a lembrança tem um ar solitário, na maioria das vezes.
Minha memória não é lá essas coisas para nomes, títulos e quase não tenho amigos cinéfilos; Prefiro então, falar das sensações que alguns filmes me causam, e das imagens que observo ao sair do escuro. Afinal, acho que o que deve fazer a diferença mesmo, não são quantos filmes você viu, mas sim, quais filmes você viu e o que eles te fizeram sentir.
Abro aqui um parêntese: O cinema é um lugar mágico e trágico. As cadeiras sempre vermelhas, as cortinas negras, o chão sujo.
Sempre que vou ao banheiro no fim do longo corredor, lembro-me da cena de algum filme de terror. Algum medo submisso se revela rapidamente. O cinema só não é mais mágico porque o quê de trágico que existe nele, mora bem escondido no escuro das emoções dos espectadores. A magia encontra mais sentimentos parceiros no nosso pensamento do que nos medos dentro dos banheiros mundo a fora. E além do mais, eu não gosto de perder nenhuma cena sequer.
Mas voltando à essência disso tudo, que está além do filme, das palavras e das imagens, quero voltar as sensações. Quando saio do cinema, é como se a vida fosse uma continuação daquilo que acabei de ver. Começo a imaginar soluções para a minha personagem na trama e tento fazer a história daquele dia não acabar, pelo menos, do mesmo modo casual dos dias. As emoções põem cores nas horas.
Acredito que seja isso que os cineastas mais fazem, durante a vida toda, para criar suas histórias. Eles devem dormir pensando em suas emoções diárias, e assim cada dia deve ter um roteiro pré-determinado e um pouco de riso e lágrima. Um bom filme sabe arrancar na hora certa o sorriso e a lágrima. A imitação da vida na tela é a perfeita sincronia de emoções.
Hoje assisti um romance francês, chamado "Você e Eu". Engraçado como os filmes franceses conseguem manter uma elegância mesmo na mais banal cena de amor. As cores parecem ser muito vivas e os olhos dos atores também. Eles são bem mais fantasiosos que os Hollywoodianos, e parecem naturalmente mais humanos, entende ?
Bom, eu não sou a maior conhecedora de cinema francês nem de cinema em geral, mas gosto de arriscar escrever sobre aquilo que conheço pouco e me faz sentir muito. E então as lacunas vão sendo preenchidas facilmente.
Mas voltando novamente, as lacunas cinematográficas : O que tentava explicar mais acima sobre os filmes americanos, é que a maioria deles segue esse padrão humano perfeito, com emoções previsíveis. Nas películas francesas quanto mais doce for o personagem, mais próximo ele se torna da nossas fantasias reais. Os cineastas franceses devem buscar histórias nos seus sonhos. É isso. O sonho é o nosso mais puro desejo repleto de fantasia.
Sabe que isso tudo também pode ser só uma questão de empatia com o cinema francês, ou um lapso hipersensibilidade?
(Falei no começo que meus hormônios contribuem para ir ao cinema compartilhar emoções. Se estiver me sentindo vazia, de TPM ou menstruada, sinto que é a hora certa de “pelicular” o dia. Agora faz sentido ? Estou em dias vermelhos, admito).
Ah, o que importa mesmo é que essas sensações preenchem vazios e alimentam a imaginação. Me sinto na França por uns segundos.
No "Você e Eu", o diálogo que mais marcou foi quando Ariane, uma escritora romântica de fotonovelas, está consolando sua irmã Lena, que chora o término com o marido:
"-Será que ele vai me esquecer ?
-Não,Lena. O primeiro amor a gente não esquece.
-Ah, então como suportar ?
-Não suporte. O meu coração é uma porta de banheiro público, cheio de nomes rabiscados."
Sensível com a pitada certa de dureza. Me vi em Ariane nesse trecho e o filme só estava pela metade.
Ah, e como os finais inesperados dos casais apaixonados sempre me dão um aperto no peito...
Logo vêm uma vontade de começar a escrever logo outro nome na minha porta de banheiro...
Obs: Digerir um filme que te propõe sensações além de imagens, pode ser bem mais pesado do que qualquer pratada de Maniçoba, cuidado.
A pupila retrai ao voltar a claridade, mas a luz não pode inibir o coração.
Minha memória não é lá essas coisas para nomes, títulos e quase não tenho amigos cinéfilos; Prefiro então, falar das sensações que alguns filmes me causam, e das imagens que observo ao sair do escuro. Afinal, acho que o que deve fazer a diferença mesmo, não são quantos filmes você viu, mas sim, quais filmes você viu e o que eles te fizeram sentir.
Abro aqui um parêntese: O cinema é um lugar mágico e trágico. As cadeiras sempre vermelhas, as cortinas negras, o chão sujo.
Sempre que vou ao banheiro no fim do longo corredor, lembro-me da cena de algum filme de terror. Algum medo submisso se revela rapidamente. O cinema só não é mais mágico porque o quê de trágico que existe nele, mora bem escondido no escuro das emoções dos espectadores. A magia encontra mais sentimentos parceiros no nosso pensamento do que nos medos dentro dos banheiros mundo a fora. E além do mais, eu não gosto de perder nenhuma cena sequer.
Mas voltando à essência disso tudo, que está além do filme, das palavras e das imagens, quero voltar as sensações. Quando saio do cinema, é como se a vida fosse uma continuação daquilo que acabei de ver. Começo a imaginar soluções para a minha personagem na trama e tento fazer a história daquele dia não acabar, pelo menos, do mesmo modo casual dos dias. As emoções põem cores nas horas.
Acredito que seja isso que os cineastas mais fazem, durante a vida toda, para criar suas histórias. Eles devem dormir pensando em suas emoções diárias, e assim cada dia deve ter um roteiro pré-determinado e um pouco de riso e lágrima. Um bom filme sabe arrancar na hora certa o sorriso e a lágrima. A imitação da vida na tela é a perfeita sincronia de emoções.
Hoje assisti um romance francês, chamado "Você e Eu". Engraçado como os filmes franceses conseguem manter uma elegância mesmo na mais banal cena de amor. As cores parecem ser muito vivas e os olhos dos atores também. Eles são bem mais fantasiosos que os Hollywoodianos, e parecem naturalmente mais humanos, entende ?
Bom, eu não sou a maior conhecedora de cinema francês nem de cinema em geral, mas gosto de arriscar escrever sobre aquilo que conheço pouco e me faz sentir muito. E então as lacunas vão sendo preenchidas facilmente.
Mas voltando novamente, as lacunas cinematográficas : O que tentava explicar mais acima sobre os filmes americanos, é que a maioria deles segue esse padrão humano perfeito, com emoções previsíveis. Nas películas francesas quanto mais doce for o personagem, mais próximo ele se torna da nossas fantasias reais. Os cineastas franceses devem buscar histórias nos seus sonhos. É isso. O sonho é o nosso mais puro desejo repleto de fantasia.
Sabe que isso tudo também pode ser só uma questão de empatia com o cinema francês, ou um lapso hipersensibilidade?
(Falei no começo que meus hormônios contribuem para ir ao cinema compartilhar emoções. Se estiver me sentindo vazia, de TPM ou menstruada, sinto que é a hora certa de “pelicular” o dia. Agora faz sentido ? Estou em dias vermelhos, admito).
Ah, o que importa mesmo é que essas sensações preenchem vazios e alimentam a imaginação. Me sinto na França por uns segundos.
No "Você e Eu", o diálogo que mais marcou foi quando Ariane, uma escritora romântica de fotonovelas, está consolando sua irmã Lena, que chora o término com o marido:
"-Será que ele vai me esquecer ?
-Não,Lena. O primeiro amor a gente não esquece.
-Ah, então como suportar ?
-Não suporte. O meu coração é uma porta de banheiro público, cheio de nomes rabiscados."
Sensível com a pitada certa de dureza. Me vi em Ariane nesse trecho e o filme só estava pela metade.
Ah, e como os finais inesperados dos casais apaixonados sempre me dão um aperto no peito...
Logo vêm uma vontade de começar a escrever logo outro nome na minha porta de banheiro...
Obs: Digerir um filme que te propõe sensações além de imagens, pode ser bem mais pesado do que qualquer pratada de Maniçoba, cuidado.
A pupila retrai ao voltar a claridade, mas a luz não pode inibir o coração.
Marcadores: Cinema Francês, lacunas, sensações
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