Os fantasmas do desencontro
Ela entrou no carro. E aquele mesmo sorriso de sempre, ele já conhecia. Indo para a casa dele, (o mesmo caminho de outros encontros) escutavam uma legião de sensações embutidas em canções que pareciam dominar o momento a dois.
Ela queria um grande amor, como os de telenovela.
Ele queria a cura de um amor, que foi maior do que o coração poderia um dia imaginar.
A cama, os cheiros, o filme que não assistiram, foi o resumo da última noite que ela tentou ser feliz ao lado de quem não está feliz.
Inteira e nua na cama, pensou que poderia pegar suas coisas enquanto ele tomava banho, ir embora caminhando e chorando. Pensou, mas o impulso sempre foi seu guia. Quando deu por si já estava na porta do banheiro, tentando criar um diálogo, uma solução explicativa para tanto desencontro. E olha que ele sempre dizia que o corpo dela tinha cheiro de encontro.
Depois de tirar esse cheiro impregnado no corpo, ele era outro homem. O tom de voz mais grosso, a amargura nos olhos e muitas palavras sinceras e doloridas saindo do coração pela boca. Como se o sexo, ao invés de leva-lo ao êxtase, trouxesse de volta a realidade que ele não queria viver, o homem que ele ainda estava remontando.
E ela que sempre foi muito falante, e que as vezes dissimulava frases cortantes, preferiu apenas observar tudo aquilo e não se sentir mais envolvida. O envolvimento iria feri-la, ele sempre foi sincero. Mas ela era uma mulher de grandes amores e ilusões intensas. Queria um porto seguro, mas só se não existissem barcos naufragados por lá; já bastavam os fantasmas da casa dele, ou os estranhos vultos que teimavam em aparecer só durante os encontros. Luzes queimavam, chamas de prazer se apagavam. Talvez, todos eles quisessem avisar para os dois que o amor não é coisa desse mundo.
Ele era um homem espirituoso, depois daquela noite pediria a Deus para tomar as rédeas do seu coração. Ela também acreditava na força divina, mas não em milagres. Agora, o acaso vai decidir os próximos encontros ou desencontros de almas.
"Se existe um motivo para viver- ele pensou- esse motivo deve ser o amor".
Ele ficou com sua legião de lembranças na urbanidade das curvas, na volta para casa.
Ela apenas olhava pela janela, a boca não se mexia, os olhos já se preparavam para o difícil sonho daquela noite.
"Se existe um motivo para amar-ela pensou- esse motivo nunca deve ser descoberto".
A Menina Maniva lamenta quem vai para cozinha e não sabe o que, de fato, quer degustar no prato. Pensando que com as mãos sujas e restos de tempero na boca, o paladar será o mesmo. E tem ainda os de estômago vazio, que logo na primeira garfada, pensam que a maniva é caviar. A fome de amor também pode iludir.
Ela queria um grande amor, como os de telenovela.
Ele queria a cura de um amor, que foi maior do que o coração poderia um dia imaginar.
A cama, os cheiros, o filme que não assistiram, foi o resumo da última noite que ela tentou ser feliz ao lado de quem não está feliz.
Inteira e nua na cama, pensou que poderia pegar suas coisas enquanto ele tomava banho, ir embora caminhando e chorando. Pensou, mas o impulso sempre foi seu guia. Quando deu por si já estava na porta do banheiro, tentando criar um diálogo, uma solução explicativa para tanto desencontro. E olha que ele sempre dizia que o corpo dela tinha cheiro de encontro.
Depois de tirar esse cheiro impregnado no corpo, ele era outro homem. O tom de voz mais grosso, a amargura nos olhos e muitas palavras sinceras e doloridas saindo do coração pela boca. Como se o sexo, ao invés de leva-lo ao êxtase, trouxesse de volta a realidade que ele não queria viver, o homem que ele ainda estava remontando.
E ela que sempre foi muito falante, e que as vezes dissimulava frases cortantes, preferiu apenas observar tudo aquilo e não se sentir mais envolvida. O envolvimento iria feri-la, ele sempre foi sincero. Mas ela era uma mulher de grandes amores e ilusões intensas. Queria um porto seguro, mas só se não existissem barcos naufragados por lá; já bastavam os fantasmas da casa dele, ou os estranhos vultos que teimavam em aparecer só durante os encontros. Luzes queimavam, chamas de prazer se apagavam. Talvez, todos eles quisessem avisar para os dois que o amor não é coisa desse mundo.
Ele era um homem espirituoso, depois daquela noite pediria a Deus para tomar as rédeas do seu coração. Ela também acreditava na força divina, mas não em milagres. Agora, o acaso vai decidir os próximos encontros ou desencontros de almas.
"Se existe um motivo para viver- ele pensou- esse motivo deve ser o amor".
Ele ficou com sua legião de lembranças na urbanidade das curvas, na volta para casa.
Ela apenas olhava pela janela, a boca não se mexia, os olhos já se preparavam para o difícil sonho daquela noite.
"Se existe um motivo para amar-ela pensou- esse motivo nunca deve ser descoberto".
A Menina Maniva lamenta quem vai para cozinha e não sabe o que, de fato, quer degustar no prato. Pensando que com as mãos sujas e restos de tempero na boca, o paladar será o mesmo. E tem ainda os de estômago vazio, que logo na primeira garfada, pensam que a maniva é caviar. A fome de amor também pode iludir.