Menina Maniva

A que veio da mandioca, a parte venenosa, com muita clorofila, que precisa de sete dias para ser digerida. Isso porque não é qualquer um que encara a "pratada": Quente, calórica e pesada. Aparência nada amigável, sabor incomparável.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Os Cults não são felizes


Eu queria muito entender como alguém que vê só filmes de drama e ouve Smash Pumpkins pode ser feliz. Eu bem que tentei ser Cult, mas essa mania dramática-sórdida-melancólica me deprime, óbvio.
Imagina só, uma leonina,sentimental, chorona e Cult? Nem combina.
Sempre achei que os leoninos são “Patrícios”, com seus objetos luxuosos ou até podem ser "Emos" com seus acessórios esdrúxulos, ou ainda, "Indies-punks" com seus cabelos chamativos. Algo brilha em cada um. Agora, Cult ? Impossível.
Os Cults sempre tentam passar despercebidos, fingem não ligar para a aparência, mas no fundo querem se diferenciar justamente por isso. Querem chamar atenção com sua desarrumação, ou seu modo “despojado” de ser.
Não me enganam, não. No fundo querem brilhar nas passarelas da fama das palafitas e dos cinemas alternativos da cidade.
Em Belém do Pará tem moda para tudo, tem lugar para todos.
Tem panelas de gente com muitas misturebas. Aqui elas enchem e esvaziam a todo o momento, e a maioria é mesmo vazia, em sua essência. Falta a pitada de tempero, o ingrediente especial. O mal dos que pertencem a “tribos” é que eles sempre colocam a tampa na hora errada.
Os Cults, por exemplo, sempre se fecham porque pensam que seu azeite da Polinésia Francesa, cultivado por belas irmãs judias, faz deles saborosos a qualquer paladar. Que nada. Caboco toma açaí sem açúcar, maninho. (Mas sem regionalismo, menina-maniva, por favor).
O irritante é o modismo gratuito, a demagogia, o excesso de Niscth ou Paulo Coelho, sendo declamados barzinhos a fora.Os cults acreditam saber medir o seu ecletismo.
Os homens cults são reservados. Cursam publicidade, jornalismo, letras, ou filosofia, as humanas ciências que os eleva ao poder de humanos melhores que os demais. Ah, também é muito comum, vê-los com câmeras de lentes de 1 metro, super potentes. Eles se consideram os fotógrafos-prodígios, formados pelo curso do Chikaoca, dentro dessa Belém de tantas imagens clichês.O Flickr (a nova moda depois do fotolog.com) é abastecido depois do Círio e do arrastão do Pavulagem. Arte é isso para eles: Novos olhares. E até pode vir a ser, desde que não fechem a panela, ou melhor, os olhos, para o que está além do seu universo deprimido.
As mulheres cults também estudam nos cursos de humanas, mas com ciência em moda. É a bola da vez. As cults não são tão iguais, isso porque cada uma adapta na roupa a "sua cara", mesmo que ela seja a cara da Marilyn Monroe ou da Janis Joplin estampada. Claro, elas são as verdadeiras musas cults, unindo-se a Billy Holiday (Jazz "é o que há" para os Cults).
As meninas montam lojas e fazem bazares reunindo amigas cults que conheceram a menos de um dia mas se identificaram pelo gosto cult em comum.
Sabe que nem é tão difícil observar o mundo Cult? Eles adoram estar à margem e ao mesmo tempo, inseridos nas rodas de conversa.Muita gente escreve sobre eles, muitos têm blogs poéticos e críticos bem mais produtivos, cheirosos, e com a medida certa de melancolia para listar 10 comentários diários.
E eu acho tudo isso lindo e engraçado. Sério. Eu não sou hipócrita.
Eu gosto dos "todos". Cults, indies, punks, hippes. Eu dizia antigamente que era de todas as tribos, mas isso sim é hipocrisia. Eu sou da tribo dos "pseudo-metidos a super legais", mas sou realmente feliz. Danço funk até o chão e uso binócolos em óperas. Então, eu nunca estarei na mesma “sinergia” dos cults aculturados e deprês.

Chegando ao fim, e voltando ao começo desta análise inútil, a minha explicação de ser anti-Cult ainda é a mesma, filosofia barata:
Os filmes de Almodóvar no fim de semana me cortariam os pulsos.
Morrissey nos ouvidos seria um pedido de socorro a meia noite.
Eu, como leonina, sentimental, chorona, estudante de ciências humanas, moradora de Belém do Pará, assumo essa realidade e essa panela.

E mais: Os cults preferem Carpachos a minha Maniçoba, com toda certeza.

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domingo, 25 de novembro de 2007

Naná Vasconcelos e o encontro dos mantras amazônicos


Trabalhar em grandes veículos de comunicação tem suas delícias e regalias. Uma delas é ganhar cortesias de grandes shows e encontros musicais. Primeiro recebemos ligações dos assessores de imprensa, sempre muito simpáticos, oferecendo "seu produto" para abrilhantar a matéria de cultura que encerrará o jornal de sexta. Depois vemos os shows na primeira fila. É uma troca justa.
Um sábado, 2 convites para o show "Encontro de tambores" de Naná Vasconcelos e o Trio Manari. Gravação de um dvd "impiratável" (será que existe essa expressão e possibilidade?), digno de entrar para história da percussão mundial.
E eu na platéia com os ouvidos enfurecidos, tentando controlar as mãos e a cabeça indo no ritmo das cabaças, que viravam metralhadoras de graves cheios de balanço, e tentando ainda, controlar a voz cantarolante ao som de pinicos que viravam cuícas assim derrepente, como num passe de mágica, na mão do mestre Naná.
Os mantras da Amazônia foram carimbolados e batucados por três figuras diferentes e que se completavam no palco. Um discurso emocionado, mãos que pareciam irreais e incontroláveis em cima do pandeiro, uma voz que ecoava e combinava com cada timbre diferente dos tambores. O Trio Manari parecia tocar com um espelho imaginário, eu me ouvia neles.
E a quarta figura, de olhos grandes e ritmados, convidou a platéia a fazer mais encontros em si mesmo, ser o quinto percussionista. Colocou os seres sem ritmo para bater palmas, foi maestro de zumbidos que não precisavam ser afinados, ensinou um mantra para os que não sabiam cantar e depois fez cada um deles não querer mais parar de soar a sua maneira.
E essa é a força da música, segundo Naná: "Viva a música."
Ele sabe das coisas porque se alimenta dessas pequenas vozes, dos barulhos da água do rio Amazonas que tentou imitar com maracás e com a memória musical de diversas melodias mundiais.
O peso desses sons no palco fez o público sair leve, cantando os mantras que já estavam dentro da sua identidade amazônica e que agora encontraram as vozes populares de sua origem. Esse encontro foi mesmo de tambores, para alivar dores e remexer quietudes.
A menina maniva saiu es-pa-lha-da. Juntando os pedaços das canções e ritmos para guardar e nunca mais esquecer que fez batuques um dia.

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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Texto repúdio a todo bicho de pelúcia em forma de homem


Tenho amigas que dizem que eu não gosto de homens, gosto de bichos peludos.Não sou muito chegada ao estilo Toni Ramos, mas gosto de muito cabelo para se enrrolar, muita barba para no pescoço roçar e muito pêlo no braço para puxar na hora da raiva.
Sim, o que mais falta em mim são pêlos. Talvez seja isso, busco nesses homens-macacos, os pêlos que a mãe natureza não pôs em mim.
É conveniente se sentir segura, nos braços de alguém muito masculino. Os pêlos dão sempre um ar mais velho, um ar de experiência. Passei da fase "carinha de bebê-bundão".
As minhas amigas têm razão, todas elas são muito sábias: Preciso colocar é o aparelho de barbear no lugar do meu cérebro. É, isso mesmo. Tenho que começar a raspar minhas fantasias antes que elas comecem a crescer tipo os pêlos do Lobisomem. E é o que acabam virando todos esses lindos homens com quem um dia já me enrrolei.
O mais incrível é que essa mudança de pelagem pode durar 1 ano ou uma semana, não importa.Tem pêlo que cresce rápido e tem pêlo que encrava, não é mesmo ?
Lembro que, certa vez, viajei e o namorado-peludo da época ficou a esperar meu retorno. No dia da minha chegada, ele estava no aeroporto com muitos bichinhos de pelúcia na mão, mas era outro homem: Sem barba, cabelo cortado, unhas feitas. Como assim ? Eu queria o meu bicho de pelúcia real e não muitos de mentirinha. Queria ter visto a minha expressão quando o encontrei, pura decepção.
O namoro não durou mais uma semana, e não só por isso, mas porque notei que mesmo que os pêlos dele crescessem novamente, em mim, o nosso relacionamento, já tinha sofrido uma depilação a laser, sabe? Não tinha mais jeito.
Os peludos são geralmente super carinhosos, atenciosos, acham a sua pele sempre muito macia...Esse é o problema, você acaba acreditando que pode "cortar" o barato dele quando quiser, mas a realidade é que quem acaba cheia de nós embaraçados é você.
O meu último namorico, por exemplo, tinha as madeixas tão grandes e negras que me perdi de paixão...Não durou nem um mês, ele cortou o mal pela raiz!
E o consolo no fim acaba sendo: "Melhor se sentir atraída por pêlos (tirando os pubianos, que fique claro), do que por cotovelos. Eu não sou tão anormal".
Mas todas as minhas amigas têm muita razão, eu sou uma índia-louca, devia namorar os macacos da selva e me alimentar só de quiabo.
Sim, mas o que fazer quando a sua natureza é mais forte?
Lembrei agora de um trecho do livro "O Mundo de Sofia": "Tem que sair da pele do coelho, escalar o pêlo...". Talvez seja isso. Sempre tento sair da minha própria pele em busca de calor, procuro nos pêlos masculinos a minha salvação e procriação.
Ai, esse amor romântico insiste em me pegar...

Obs.: A Menina-maniva está temporariamente fria, congelada, e devidamente depilada. Até que a próxima refeição especial venha e esquente tudo por dentro, não só por fora. E que no prato não venha um fio de cabelo sequer...

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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Um corte na singularidade

Os dias têm colocado vários desafios em minhas mãos. Uns mais complexos, outros que por parecer simples, viram pequenos pedaços de nervosismo a cada momento que estão sendo realizados.
E uma frase nesses dias cortou os meus ouvidos e ficou de uma forma completa e inesperada:

"Tome, Dr. , esta tesoura e corte minha singularíssima pessoa".

Augusto dos Anjos pede para acabar com essa mania de querer ser completa, uma singularidade equivocada pelo plural desumano dos nossos dias.
Pois é, esses dias plurais parecem me exigir uma singularidade inexistente. Onde esconder a tesoura? Onde cortar e não sangrar?
As formas das minhas idéias estão desmontadas dentro do sapato, da unha por fazer, do cabelo molhado, das olheiras das manhãs sem cor.
Eu me ponho a desenhar o traçado que a tesoura terá que percorrer, suavemente, profundamente, com a força pontiaguda do metal. O traçado tem que ser exato, não quero cortar onde não está sobrando, onde a veracidade da idade ainda completa os sonhos degustados por outros plurais, outros ideais, outras maravilhas.
O que costura tudo isso depois é o mesmo que um dia foi a tesoura.

Então, o que me consola, é que a menina-maniva já carrega no nome um incremento que nunca a deixará ser singular.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tupinambalismo x Tropicalismo: sufixos podem confundir, não se iluda

Para quem não sabe, o "Treme terra Tupinambá" é uma aparelhagem conhecida em nosso estado, que toca technobrega, melodys românticos e todo o tipo de ritmo dançante. Ficou conhecido pelo jargão "Faz o T", musicado pela Banda Technoshow, a qual a vocalista é Gaby Amarantos;
O Tupinambalismo é um fenômeno recente, não tem mais do que 5 anos de existência, mas já arrasta multidões.

Bom, agora vamos voltar 40 anos no tempo:

Fim da década de sessenta, ditadura militar, repressão, músicas politizadas e com foco social, luta pela democracia e liberdade de expressão.
Caetano, Gil, Rita Lee, Raul Seixas, todos artistas Tropicalistas, que eram movidos pelo estímulo de cantar o Brasil, de cantar no Brasil para o Brasil, criando uma identidade musical para que em qualquer parte do mundo fossemos escutados e reconhecidos.

Ok, Ok. Vamos abrir mais um parêntese nessa análise, que não pretende comparar, fazer julgamentos de valores nem de qualidade musical, que fique claro.

Semana passada uma série de matérias no maior Jornal do Norte e Nordeste do país, comemorou os 40 anos do movimento Tropicalista, mostrando suas origens, principais artistas, e lembrando a "geléia geral brasileira" da música naquela época.
A princípio achei uma louvável tentativa de "atualizar a geração coca-cola" (a qual faço parte), das verdadeiras raízes da nossa música que ainda hoje são referências para muitos artistas e bandas. Mas passou quarta, quinta..."Bom, na sexta vêm o melhor",pensei.

Gaby Amarantos e Nilson Chaves.
Entrevistados principais da matéria de sexta.
...

Claro que o jornalista-saudoso teria que encerrar a matéria “regionalizando”, mostrando as "vertentes do Tropicalismo" no nosso Estado, se não a matéria não teria sentido, né ? Para quê se dar o trabalho de procurar artistas que realmente foram influenciados pelo movimento ? Ah, não...A Gaby é um fenômeno em ascenssão e o Nilson é uma entidade-museu da música paraense. Melhores exemplos para o maior jornal do norte e nordeste, impossível.
Ele só esqueceu que a igualdade de sufixos na lingua portuguesa não diz muita coisa na linguagem musical.
Ou talvez ele nem conheça de fato o que é Tupinambalismo, e sobre a linha do equador, quis aproximar o nosso clima tropical, da música tropical.
Esqueceu que termômetros não medem estímulos musicais.

Enfim, agora leiam trechos dos "filhos do tropicalismo" e tirem suas conclusões:
"Nilson Chaves compara a música com uma casa e conclui que 'muitos compositores e movimentos têm uma sala arrumadinha, toda bonitinha, um quarto bem transadinho, e por isso previsível. Já os tropicalistas pintaram tudo de cores surpreendentes, mudaram a posição dos móveis, romperam com tudo. Esta, para mim, é a maior lição da Tropicália: eles tinham atitude. É preciso ter atitude!'

(Põe tapioca,põe farinha d'água...Hã ? Atitude ? Depois da sesta,né Nilson, claro.)

Ao ser questionada pela suposta "pobreza" das letras do Technobrega, Gaby responde:
"Dizem principalmente que as letras são pobres. Tudo bem. Agora, na época da própria Tropicália, tinha muita coisa pobre, até porque o parâmetro era o Vinicius de Morais. A Jovem Guarda não era acusada de pobreza intelectual? Agora, sob o ponto de vista da pesquisa musical, de trazer elementos novos para a música, e com a nossa cara, disso não podem acusar o technobrega..."

(HAHAHA-É, Gaby, agora quais são os novos parâmetros ? Realmente, vamos assumir nossa mediocridade...)


Entender o significado de uma manifestação, seja ela política, religiosa ou cultural requer um olhar ampliado do sistema das relações sociais e de mercado.

Entender que Tropicalismo nada tem a ver com Tupinambalismo seria no mínimo, obrigação de qualquer jornalista acostumado com os truques dessa indústria musical repetitiva e manipuladora.

Entender que a Gaby tem o seu ritmo, seu molejo todo particular, seu público fiel, seu cachê justo e seu espaço na mídia, é compreensível.

Entender que Nilson Chaves já não toma açaí com tapioca e farinha d'água há tempos, seria no mínimo questionar a inércia do artista-entidade-paraense.

Permita-me uma comparação um pouco esdrúxula:
Sabe quando vamos a uma lanchonete e pedimos um sanduba "À moda da casa" e vem um "X- Tudo", sem nenhum sabor especial ?
Bom, é mais ou menos isso. Tentar forçar uma identidade sem ao menos questionar esses padrões musicais é que torna pobre esse tipo de análise. Tudo fica tendencioso, "puxando a sardinha pro nosso lado",como dizem.

Gente, olha quem fala, a menina-maniva, blog mais regionalista que isso, só o "pai d'égua"...

Bom,ok. Mas aqui eu sei dividir muito bem o que entra e o que não entra no meu estômago. Tucupi é tucupi. Maniva é Maniva.

E o Tupinambalismo que me perdoe, mas de tropicália vocês só tem aqueles amiguinhos, daquela outra banda...de Forró ?
Ah...essa discussão vai para outra panela, porque aqui a maniva já ta fervendo e transbordando.

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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Um Samba para Seu Jorge e um vinho para o coração

Acreditem se quiser: Eu sei sambar.

Cresci ouvindo o contrário e hoje,com meus poucos 20 anos e mais meio metro de perna, consigo sincronizar o molejo da cintura com os passinhos de calcanhar levantado. Tudo sem muita sutileza, porque para mim samba já nasceu meio escrachado, vem da rua, de gente descalço, onde os saltos femininos nunca puderam ser tão finos. Então, eu sou fina, mas meu samba é sem vergonha. Veja bem, o meu samba, não meu coração.
A história começa um dia antes do show do meu nego preferido desse país no momento: Seu jorge, o único que me faz dançar com aquela vontade de ir até o chão e não estar nem aí se a calcinha está aparecendo e alguém está olhando. Ele é desses homens que nasceu para fazer a gente se sentir inteira, como ele é no palco, eu tentei ser na platéia, com minha alegria. Mas sim, a história começa antes.
Eu acordei no dia do show com um samba-rock de amor na cabeça. A maioria não sabe, nem me dá muito crédito, mas eu gosto de me arriscar musicalmente. Na verdade, a música que já se arrisca em mim faz algum tempo.
O Samba era muito Seu jorge, tanto que eu pensei: "É para ele." Mas aí entra o engano, típico de jornalista meio artista indecisa...
Umas semanas atrás,um moço que nada tem a ver com o Seu jorge, que canta rock de garagem e fuma baseado entrou na minha roda de bamba. E eu acabei misturando tudo.
O samba foi pra ele, inspirado na verdade do Seu Jorge. Porque eu queria que ele soltasse aquele cabelão preso com elástico preto e imitasse um pandeiro nas mãos para eu sambar e requebrar na sua frente.
Logo quando nosso primeiro encontro inusitado aconteceu, eu até tentei fazer um blues romântico que teria com certeza mais a cara do que ele poderia gostar, mas não seria o mais verdadeiro possível. Sabe Seu Jorge ? Tive Razão ? Carolina ? São Gonça ?
Em encontros de final de semana e ligações que sempre tem que parecer "casuais",que sempre esperam um convite, que sempre geram uma expectativa, esse moço sambou longe de mim.
Viu o Seu Jorge tão de perto quanto eu.
Consumiu o mesmo ar e a mesma verdade. Só não deve ter sambado e rebolado até o chão.
Ah...a gente nem se esbarrou no show, mas foi bom perceber que algum bandolim existia dentro dele. E eu nem precisei cantar o meu samba, que já estava feito, com letra, melodia e verdade. Deixo para o Seu Jorge cantar um dia, ou para quem sabe, esse mesmo moço se apaixonar e virar cantor de pagode romântico ao invés de metaleiro.
A lição que tenho tirado de toda essa mistura ritimada, é que dançar, suar até pingar, e fazer canções sem saber para quem, faz a gente acreditar que já sabe gingar melhor, que mesmo tendo pouca idade já temos malandragem de sambista...
Pensamos que o coração já tem a batida do pandeiro...
E a gente pensa até que já sabe ser fiel a si mesma.
É...
Fiel a taça de vinho para amolecer o coração.

Fiel a porção de maniva para sustentar essas emoções.

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