A palavra e sua forma crônica: Digital ou impressa ?
Há quem diga que a decadência dos cronistas de jornal veio com os blogs. Quem gostava de ler toda terça feira a coluna do fulano, agora lê o blog que ele atualiza todo dia. Sensações diárias, são menores do que sensações semanais, mas ninguém liga, é preciso sentir o mais rápido possível, ler antes, publicar antes.
Nos blogs todos podem ser cronistas famosos, e hoje, a Internet é mais acessada do que um jornal é vendido nas bancas. Existem também os cronistas do jornal da Internet, alguns já se adaptaram a nova linguagem, texto rápido, muitos link's, muitas imagens. Outros, apenas fizeram "ctrl+c", ctrl+v, nas pílulas semanais do jornaleco. Esses escrevem coisas mais profundas no blog do que no jornal. Deve ser porque ainda existam os malditos "toques" e seus limites para com o simpático editor.
Antigamente era o máximo ter uma crônica publicada no jornal da região, a foto e carinha estampada na coluna. Quanta credibilidade. Mas e hoje? Com tantos cronistas de beira de esquina, de página de orkut, de frase de Msn, de "fotolog.com", ainda existe o fascínio do papel publicado ? Há quem diga que sim e vão mais além...
O que ocorreu com os jovens blogueiros-cronistas: Todos sonhavam com o nome publicado no jornal, para toda sociedade degustar seu veneno junto com o café. E também para mandar emoldurar e colar na parede do quarto a primeira publicação. Mas cansaram de mandar cartas ao leitor, de bajular o editor. E então veio a Internet redimir os corações dilacerados, unir os amados, os bem casados, os bulimicos, os ciumentos, os solitários e infelizes.
Redimiu, mas o blogueiro-cronista se sentiu tão vulnerável, tão igual aos milhares a escrever mundo digital a fora, que nem tem vontade de ter impresso seu primeiro "post". Ele já está no quinto blog e os comentários pouco apareceram, e os poucos eram de amigos que ele mesmo mandou o link...E quantos links estão por aí, abandonados, com idéias mortas? Ó jornal, socorro, queremos a carne, a matéria humana!
O papel nunca perderá o valor. É palpável. É matéria como carne. Quanto mais a "tecno-liga" nos faz efêmeros, buscamos os valores palpáveis no passado, como o papel. O dinheiro vivo ainda vale mais que o cartão de crédito.
Não é qualquer um que escreve em jornal, precisa-se ao menos ter bons contatos. Se não tiver boa escrita, pode ter uma coluna de fofocas. Existe ainda quem as lê, sabia ? Então, algumas coisas podem até evoluir tecnicamente mas mecanismos humanos não mudam.
Então, escrever bem, hoje, tem grande importância, sim. Já que tantos usam nos seus textos as mesmas gírias que conversam no Msn. Escrever em jornal, com foto e nome em coluna, pode ter sua importância potencializada pela Internet, ao contrário do que muitos pensavam.
Será que, neste caso, cabe a frase: Em terra de cego, quem tem olho é rei ? Bom, quem costumava ler cronistas de jornal andava insatisfeito, nesses últimos tempos. O motivo? A falta de satisfação dos cronistas, sentindo falta da resposta, da interatividade. Agora, pergunte ao blogueiro se ele não sonhou em ser colunista de jornal? Ó roda viva.
Então, os antigos cronistas agora são cronistas-blogueiros. E estão adorando se aventurar nas novas ondas. Já os jovens meninos, os nascidos e criados com palavras virtuais, blogueiros desde pequenos, anseiam as colunas delimitadas, querem os "toques" e a voz do editor enchendo o saco. E os cronistas blogueiros se divertem com a liberdade fugás da página virtual.
Ambos deslumbrados com a mesma linguagem, em mundos de receptores famintos, que precisam dessas pílulas.
Assim como eu tenho alguns blogs na minha lista de "favoritos", existem aqueles que ainda abrem o jornal todo dia na mesma coluna, após o café. Os rituais se repetem, porém a motivação dos escritores, blogueiros, cronistas, internautas, pensadores, se modifica. O Lugar comum de uns, é o paraíso do outro. E essa mistura é bem vinda. Que os jornais abram espaços para blogueiros- cronistas, blogs impressos, já pensou?
E que os blogs tragam aos mais velhos o senso de inclusão na roda viva digital, e que deixem-se recriar, não tenham ciúmes de cópias, apropriações de textos e nomes. Sei que todo escritor tem ciúme da sua palavra, ainda mais aqueles que um dia sonharam vender 2.000 exemplares, com seus devidos direitos autorais reservados.
Mas para eles, o que resta hoje é tentar criar seu espaço digital e saber vendê-lo. Um blog pode ser fonte de renda, sim, porque não? Enquanto os blogueiros escrevem de graça para os jornais, e ganham o esperado reconhecimento social, os cronistas ganham o mundo digital e publicam seus livros virtuais, realizam seus sonhos. Ambos deslumbrados, cheios de vontade de serem lidos.
O que já surpreende são as temáticas dos textos cada vez mais instantanêos, tanto no jornal, quanto no blog. Mas isso é uma tendência da modernidade, os escritores baratos não iriam escapar. Quando as coisas não mexerem mais do lugar, feito palavras fora da diagramação da página, ou uma montagem mau feita de imagem, aí sim, eu irei estranhar essa vida. Enquanto as coisas se movimentam, vou contemplando percepções aqui pelo blog. Até cansar de tentar ser palpável virtualmente.
E toda essa análise veio a calhar, sabe por quê? Porque tive sensações diferentes ao ler minha melhor amiga publicada. No jornal virtual parecia mais uma coluna, sem vida própria, que eu só leria se não tivesse outro link mais chamativo do lado. Quando comprei o jornal impresso, vi as letrinhas ali, o espaço que elas ocupavam era mais representativo, me preencheu. A foto dela ao lado, o rosto de menina e depois as palavras que eu já conhecia. A mesma pasta das cartas de infância guarda agora mais essa lembrança.
Essa sensação pode ser explicada pela minha relação de carne, de amizade, que é palpável mesmo de longe, com ela. Mas quem quiser ler Paloma Amorim, além de mim, pode acessar esse link que não vai parar em um lugar fora do comum da rede "internética". Porque são palavras feitas com pedaços de sonhos para serem lidos em qualquer lugar. E esse deve ser o sonho comum entre qualquer blogueiro ou cronista. Mais que palavra palpável em jornal, palavra viva.
A Menina Maniva está orgulhosa de sua amiga. E não se arrepende de ter abafado o primeiro blog. A Maniva tem muito mais sabor.
Nos blogs todos podem ser cronistas famosos, e hoje, a Internet é mais acessada do que um jornal é vendido nas bancas. Existem também os cronistas do jornal da Internet, alguns já se adaptaram a nova linguagem, texto rápido, muitos link's, muitas imagens. Outros, apenas fizeram "ctrl+c", ctrl+v, nas pílulas semanais do jornaleco. Esses escrevem coisas mais profundas no blog do que no jornal. Deve ser porque ainda existam os malditos "toques" e seus limites para com o simpático editor.
Antigamente era o máximo ter uma crônica publicada no jornal da região, a foto e carinha estampada na coluna. Quanta credibilidade. Mas e hoje? Com tantos cronistas de beira de esquina, de página de orkut, de frase de Msn, de "fotolog.com", ainda existe o fascínio do papel publicado ? Há quem diga que sim e vão mais além...
O que ocorreu com os jovens blogueiros-cronistas: Todos sonhavam com o nome publicado no jornal, para toda sociedade degustar seu veneno junto com o café. E também para mandar emoldurar e colar na parede do quarto a primeira publicação. Mas cansaram de mandar cartas ao leitor, de bajular o editor. E então veio a Internet redimir os corações dilacerados, unir os amados, os bem casados, os bulimicos, os ciumentos, os solitários e infelizes.
Redimiu, mas o blogueiro-cronista se sentiu tão vulnerável, tão igual aos milhares a escrever mundo digital a fora, que nem tem vontade de ter impresso seu primeiro "post". Ele já está no quinto blog e os comentários pouco apareceram, e os poucos eram de amigos que ele mesmo mandou o link...E quantos links estão por aí, abandonados, com idéias mortas? Ó jornal, socorro, queremos a carne, a matéria humana!
O papel nunca perderá o valor. É palpável. É matéria como carne. Quanto mais a "tecno-liga" nos faz efêmeros, buscamos os valores palpáveis no passado, como o papel. O dinheiro vivo ainda vale mais que o cartão de crédito.
Não é qualquer um que escreve em jornal, precisa-se ao menos ter bons contatos. Se não tiver boa escrita, pode ter uma coluna de fofocas. Existe ainda quem as lê, sabia ? Então, algumas coisas podem até evoluir tecnicamente mas mecanismos humanos não mudam.
Então, escrever bem, hoje, tem grande importância, sim. Já que tantos usam nos seus textos as mesmas gírias que conversam no Msn. Escrever em jornal, com foto e nome em coluna, pode ter sua importância potencializada pela Internet, ao contrário do que muitos pensavam.
Será que, neste caso, cabe a frase: Em terra de cego, quem tem olho é rei ? Bom, quem costumava ler cronistas de jornal andava insatisfeito, nesses últimos tempos. O motivo? A falta de satisfação dos cronistas, sentindo falta da resposta, da interatividade. Agora, pergunte ao blogueiro se ele não sonhou em ser colunista de jornal? Ó roda viva.
Então, os antigos cronistas agora são cronistas-blogueiros. E estão adorando se aventurar nas novas ondas. Já os jovens meninos, os nascidos e criados com palavras virtuais, blogueiros desde pequenos, anseiam as colunas delimitadas, querem os "toques" e a voz do editor enchendo o saco. E os cronistas blogueiros se divertem com a liberdade fugás da página virtual.
Ambos deslumbrados com a mesma linguagem, em mundos de receptores famintos, que precisam dessas pílulas.
Assim como eu tenho alguns blogs na minha lista de "favoritos", existem aqueles que ainda abrem o jornal todo dia na mesma coluna, após o café. Os rituais se repetem, porém a motivação dos escritores, blogueiros, cronistas, internautas, pensadores, se modifica. O Lugar comum de uns, é o paraíso do outro. E essa mistura é bem vinda. Que os jornais abram espaços para blogueiros- cronistas, blogs impressos, já pensou?
E que os blogs tragam aos mais velhos o senso de inclusão na roda viva digital, e que deixem-se recriar, não tenham ciúmes de cópias, apropriações de textos e nomes. Sei que todo escritor tem ciúme da sua palavra, ainda mais aqueles que um dia sonharam vender 2.000 exemplares, com seus devidos direitos autorais reservados.
Mas para eles, o que resta hoje é tentar criar seu espaço digital e saber vendê-lo. Um blog pode ser fonte de renda, sim, porque não? Enquanto os blogueiros escrevem de graça para os jornais, e ganham o esperado reconhecimento social, os cronistas ganham o mundo digital e publicam seus livros virtuais, realizam seus sonhos. Ambos deslumbrados, cheios de vontade de serem lidos.
O que já surpreende são as temáticas dos textos cada vez mais instantanêos, tanto no jornal, quanto no blog. Mas isso é uma tendência da modernidade, os escritores baratos não iriam escapar. Quando as coisas não mexerem mais do lugar, feito palavras fora da diagramação da página, ou uma montagem mau feita de imagem, aí sim, eu irei estranhar essa vida. Enquanto as coisas se movimentam, vou contemplando percepções aqui pelo blog. Até cansar de tentar ser palpável virtualmente.
E toda essa análise veio a calhar, sabe por quê? Porque tive sensações diferentes ao ler minha melhor amiga publicada. No jornal virtual parecia mais uma coluna, sem vida própria, que eu só leria se não tivesse outro link mais chamativo do lado. Quando comprei o jornal impresso, vi as letrinhas ali, o espaço que elas ocupavam era mais representativo, me preencheu. A foto dela ao lado, o rosto de menina e depois as palavras que eu já conhecia. A mesma pasta das cartas de infância guarda agora mais essa lembrança.
Essa sensação pode ser explicada pela minha relação de carne, de amizade, que é palpável mesmo de longe, com ela. Mas quem quiser ler Paloma Amorim, além de mim, pode acessar esse link que não vai parar em um lugar fora do comum da rede "internética". Porque são palavras feitas com pedaços de sonhos para serem lidos em qualquer lugar. E esse deve ser o sonho comum entre qualquer blogueiro ou cronista. Mais que palavra palpável em jornal, palavra viva.
A Menina Maniva está orgulhosa de sua amiga. E não se arrepende de ter abafado o primeiro blog. A Maniva tem muito mais sabor.